autor geraldo dias

Geraldo Dias da Cruz nasceu em Belo Horizonte-MG, em 03.05.1929. É o primogênito de três filhos de uma família do interior de Minas Gerais. Começou a aprender a ler e a escrever aos sete anos de idade. Estudou em escolas públicas de Belo Horizonte.

Aprovado no concurso do Banco do Brasil aos 24 anos, tomou posse em 22.07.1953 e foi designado para trabalhar em Cuiabá-MT, onde permaneceu até 1956.  Posteriormente, foi gerente instalador da agência do banco em Poxoréu-MT, onde viveu por mais quatro anos. Depois, foi transferido para Cáceres-MT, lá morando por mais cinco anos. No total, permaneceu doze anos em Mato Grosso. Em Cuiabá, lecionou no Colégio Estadual e no Liceu Salesiano São Gonçalo.

Depois de Cáceres, regressou a Minas. Ocupou o cargo de gerente do Banco do Brasil nas seguintes cidades: São Sebastião do Paraíso, Viçosa, Uberlândia e Goiânia-GO, onde se aposentou.

Graduou-se em Administração de Empresas, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e em Cinema, pela Universidade Federal de Viçosa.

Sobre seu envolvimento com o Intensivismo, ele disse o seguinte:

"Conheci o Wlademir em Cuiabá por intermédio do poeta Silva Freire. José Lobo foi meu concunhado. Lembro-me de Rubens de Mendonça, Otávio Cunha, Newton Alfredo e outros... Cuiabá tinha apenas a Academia de Letras, com seus acadêmicos, e nós resolvemos divulgar a poesia moderna de Jorge de Lima, Oswald de Andrade, Drummond e Bandeira, entre outros.

As Edições Igrejinha foram feitas para comemorar a nossa união. Por ela, publiquei Poemas, em 1955. Nos anos 1970, o livro Armas do tempo estava pronto e o Wlademir resolveu publicá-lo com seu belo trabalho gráfico. Entreguei a ele o original Mural submerso e não sei se ele o publicou. Não vi mais.

Conheci e me tornei grande amigo e admirador de Manoel Cavalcanti Proença, profundo conhecedor da Literatura Brasileira.

Eu nunca quis pertencer ou defender bravamente uma escola literária. A minha vontade era escrever com simplicidade. Falar tão bem das coisas com maturidade. Como diria Manuel Bandeira: ‘Quem fez tanto, não passou a vida à toa, à toa’. Abraços".

Geraldo criou um espaço no jornal O Estado de Mato Grosso, a partir de 10.01.1954, denominado Tribuna das Letras, que depois se tornou O Estado Literário, no qual divulgou os poemas dos intensivistas e poesias de alguns autores nacionais; também realizou entrevistas, intituladas Enquetes, numeradas, com poetas modernos e intensivistas. Esta produção no jornal possuiu uma periodicidade irregular e durou até 1955. Depois disso, esporadicamente, ele continuou contribuindo com o jornal publicando notícias literárias.

Considera-se um operário da palavra: "Saio sempre ao mundo, amando a poesia. Nela, vivo toda a minha inocência. Tenho uma  expressa atração pelas coisas simples da vida. Amo a palavra e a defino: Caravela de pluma / onde o vento / sua amarra urde / como    ninfas / nos pomos".

Acerca de seu estilo, ele comentou:

"O meu estilo deseja ser preciso e conciso. O que caracteriza o meu livro é a emoção. A linguagem simples é o símbolo de meu    trabalho.

Sou um sonhador de palavras. É no fundo de cada palavra que realmente assisto ao meu nascimento. Nascimento do devaneio, do    sonho, do amor e das lembranças. Procuro falar a linguagem do universal, da simplicidade. Recebo e acolho com alegria a vida. Amo a natureza e o canto dos pássaros. Tudo para mim tem uma doçura. O poema está também penetrado por essa doçura. Horas a fio, gosto de ouvir e contemplar as palavras. Tenho a felicidade de possuir um bom dicionário; deixo-me seduzir pelas palavras. Numa palavra eu sinto a alegria de falar e escrever poesias".

Dias da Cruz publicou os seguintes livros: Poemas (Cuiabá: Edições Igrejinha, 1955), Monchão-Coroado (Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1973), Armas do tempo (Cuiabá: EdUFMT, 1975), Crepúsculo para a paz (São Paulo: Editora do Escritor, 1977), Proclama aos incautos (São Paulo: Editora do Escritor, 1979; Menção Especial no Concurso Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, Goiânia-GO), Olhos, peixes navegantes (São Paulo: Editora do Escritor, 1983), Rio dos signos (Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1986; Prêmio Literário Nacional do Instituto Nacional do Livro – INL), Três mundos: o poeta (Goiânia: Cerne, 1987; Prêmio Bolsa de Publicações José Décio Filho), Argonauta (Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, 1987, pela Prefeitura de Goiânia- GO; Prêmio Eugênio Coimbra Júnior, pelo Conselho Municipal de Recife-PE, e primeiro lugar em Goiânia-GO, 1988), Lento exílio (Goiânia: Bolsa de Publicações Cora Coralina, 1988; prêmio regional, categoria poesia, da Fundação Cultural de Mato Grosso, 1988; e prêmio nacional; publicado no centenário de nascimento de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a Cora Coralina), Algamar (publicação aprovada pelo Conselho Editorial do Instituto Goiano do Livro – IGL, 1999), Os cavalos e outros poemas (São Paulo: Scortecci Editora, 2016), Fontes do vento (São Paulo: Scortecci Editora, 2017), Os horizontes abertos (São Paulo: Scortecci Editora, 2018), A poesia gritando em minha vida (São Paulo: Scortecci Editora, 2019) e Voando fora das asas (São Paulo: Scortecci Editora, 2020). 

Atualmente, vive em Goiânia-GO. Está casado com Maria da Glória M. Vaz; tem 6 filhos, 15 netos e 14 bisnetos. É membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, onde ocupa a Cadeira 29. Gosta de viajar. Continua escrevendo poesias e publicando livros.

  
 

PUBLICAÇÕES – DISPONÍVEIS EM PDF

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capa armas do tempoARMAS DO TEMPO

Autor: Geraldo Dias da Cruz.
Trabalho Gráfico: Wlademir Dias Pino.
Cuiabá: Edições UFMT, 1975.
Formato: 14 x 21 cm.

 

 

capa armas do tempoPOEMAS

Autor: Geraldo Dias da Cruz.
Cuiabá: Edições Igrejinha, 1955.
Formato: 15 x 20 cm (mimeo).
Obs.: Correções a lápis feitas pelo autor.

 

 


Cristina Campos

Organizadora